Pedimos desculpa pelo incómodo. Prometemos (tentar) ser breves.

27/04/2009

Parvoíces/Voleibol.

[Justamente quando toda a gente (entenda-se: O Wilson e a minha amoria do coração) já andava a suspeitar que eu tinha desistido deste blogue, venho eu e digo: estive sem net. E tenho muito que fazer na escola. Sim, porque eu até estudo de vez em quando...]

Teste de Português.

Ultrapassado o velho dilema do Mas como raios é que se estuda para Português?, reli o Felizmente Há Luar e as fichas que nos tinham sido fornecidas, embora eu ache estúpido analisarmos obras em Português. Que ensinem as pessoas a falar e escrever, porque a maioria nem sabe, ainda vá. Agora ler livros e interpretá-los? Como é que sabem que aquela é a interpretação? Falaram com o Pessoa sobre o Quinto Império, por acaso?

Na minha modesta opinião (que para mim é a que mais interessa, pelo menos neste assunto específico), seria muito mais interessante os alunos lerem, isso é ponto assente, mas depois não terem de ouvir coisas do género, saia verde que significa a felicidade e mito que é nada e tudo e que quer dizer não sei o quê. Interpretações próprias porque, até como dizia o próprio Pessoa, o leitor nunca tem a mesma interpretação que o poeta/escritor/compositor/cozinheiro/tecelão/etc.

E quem sou eu para discutir com um génio da poesia de expressão portuguesa? (Mas, bem vistas as coisas, ele tinha muito mais hipóteses de ser um génio que o homem médio: primeiro - era doido. Segundo - aquelas personalidades e heterónimos e pseudónimos todos concentrados num corpo só davam-lhe uma percentagem mais provável de genialidade... era como pegar, aleatoriamente, em 8o e tal pessoas... muito mais fácil uma ser um génio que pegarmos só numa...)

Agora, fora de divagações (por um momento): eu até estudei. Mais do que estudei para as provas globais e exames todos do 9º ano, juntos.

Sabia a matéria, ou pelo menos, praí... 90%.

Mas aquilo com que eu não contava era a minha parvoíce. Dito, explicitamente, no enunciado, que se tinha de explicar duas linhas da última intervenção da Matilde, e eu vou para as duas primeiras linhas do texto! Não admira que eu não percebesse o que era para dizer...

Enfim... acho que consigo viver com isso.

Pelo menos quando vejo gentes com um nível de parvoíce exponencialmente mais elevado que o meu.

Considerem o seguinte cenário:

Aula de Educação Física. Depois de um início de aula que consiste basicamente em correr de um lado para o outro e chocar com quem quer que vá ao nosso lado, depois de exercícios que envolvem tantas voltas que ficam zonzos e depois de terem feito uma manchete que projectou a bola do vosso grupo para o nível superior do ginásio, onde ficou entalada entre uma cadeira e uma mesa, em equilíbrio (se eu quisesse repetir aquilo, talvez o conseguisse... numa outra vida. Bastante distante desta.), dá-se uma situação de jogo. Desde início, sabem que não será agradável, pois os restantes elementos da vossa equipa são algo... hostis à vossa presença (dizer que não gostam de vocês é como dizer que o arco-íris tem cores. Certo, mas muito, muito vago...). No entanto, resignam-se à vossa condição de alunos (que preferiam estar a cantar as janeiras e a descascar sementes de girassol em vez de estar ali. Qualquer coisa, menos estar ali.), e acertam nuns lances, falham noutros, mas vão vivendo.

De repente, ouve-se uma canção daquelas mesmo fatelas, acompanhada de dança ilustrativa. Logo de seguida, um som que parece um babuíno em época de acasalamento, e um "Vamos a isso pessoal!" dito com tal vigor que parecem os senhores dos carrinhos de choque quando dizem "Mais uma ficha, mais uma voltinha!". E isto continua. Canções. Manifestações de júbilo quando a outra equipa faz algo de errado (isto é tão escola primária...). Frases com sotaque brasileiro. Danças.

A minha vontade era dizer: "Mas isto é para os apanhados??"

Sinceramente... Só não desatei a rir porque senão nunca mais parava. E depois começava a chorar (que é o que acontece quando rio muito e, apesar de ser um espectáculo deprimente, não merecia lágrimas).

Sabem...? Foi um momento que eu não tenciono recordar por muitos, longos e belos anos, mas que me elevou a auto-estima. Afinal não sou a pessoa mais parva à face da Terra.

Weeeeeee^^

P.S.:Wilson, eu não comento o teu blog mas adoro-o e leio todos os posts religiosamente.

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